sexta-feira, 25 de abril de 2014

O cenário atual da natação Rubro Negra e o projeto de voltar mais forte no ano que vem


O jornal O Globo traz interessante matéria à respeito da realidade atual da natação Rubro Negra e os planos para o futuro.

Na reportagem é retratado o cenário do atual Flamengo, que disputa o Troféu Maria Lenk com apenas dois atletas, duas grandes promessas da natação brasileira: Luiz Altamir e Nathália Almeida. Bem distante de dois anos atrás, quando o clube voltou a ser campeão, igualando em conquistas com o Pinheiros, com 60 atletas, tendo várias estrelas do esporte como César Cielo, Joana Maranhão e Léo de Deus e a espanhola Mireia Belmonte.

Ser campeão de natação é muito fácil para quem não quer trabalhar a longo prazo: basta contratar uma porção de atletas, duas ótimas estrangeiras e pronto, vai conquistar o troféu. O duro é formar uma base, ter um local adequado de treinamento, como é o Corinthians, por exemplo, que vem conquistando todas os campeonatos nacionais inferiores e caminha para erguer o troféu do Maria Lenk adulto deste ano. Um time formado por ótimos atletas da base, somado a estrelas como Felipe França, Léo de Deus e duas excelentes estrangeiras campeãs mundiais: húngara Katinka Hosszu e a dinamarquesa Jeanette Ottesen.

O Flamengo já viveu grande fase na natação na década de 80 e 90, quando era celeiro de grandes atletas, formando na última geração por Monique Ferreira, Mariana Brochado, Nicholas dos Santos, Patrícia Comini e Rafael Mosca. A última conquista importante - antes do título de 2012, foi o Maria Lenk de 2002, depois passou dez anos no ostracismo pagando pelos erros cometidos naquela disputa olímpica transloucada com o Vasco, onde todos acabaram mortos.

Precisamos dizer e relembrar, sem mágoas, apenas para contar os fatos: Patrícia Amorim foi eleita e assumiu em 2010. Antes, de 2003 a 2009, fora diversas vezes supervisora, coordenadora e vice-presidente de esportes olímpicos e aquáticos e nada fez para mudar o rumo da natação Rubro Negra. Quando se elegeu, quis resolver o problema de dez anos em três, na base da canetada, contratando diversos atletas, porém sem nenhuma base e sustentabilidade. Nem o parque aquático ela quis mexer. Dói cortar na carne, precisa ter pulso firme para fechar a piscina e encarar o sócio.

O risco de trazer César Cielo e retomar o esporte no Flamengo não foi nada calculado. O projeto da natação tirava dinheiro do futebol para se sustentar. Enquanto a piscina furada, gerava um prejuízo de R$ 500 mil por mês.

Infelizmente e acertadamente encerraram a natação adulta em 2013. Agora o Flamengo inverteu a ordem do negócio: primeiro estrutura a natação do clube, depois contrata reforços.

Segue trecho final da reportagem do jornal O Globo sobre o futuro da modalidade:

Embora o cenário não seja animador, Alexandre Póvoa, vice-presidente de esportes olímpicos do Flamengo, afirma que é passageiro. O trabalho para sanar as dívidas está sendo feito, assim como a busca de patrocínio exclusivo para as modalidades olímpicas. 
Se tudo sair como planejado, os esportes aquáticos, segundo ele, receberão em torno de R$ 12 milhões até o ano que vem. — Aprovamos e captamos R$ 1,5 milhão, que já entra no mês que vem para a equipe de esportes aquáticos, com salários, ajudas de custo. Também já temos aprovado um valor de R$ 7,5 milhões que podemos captar junto a empresas através da lei de renúncia fiscal. E ainda entramos com um projeto de R$ 3,7 milhões em um sistema de convênio com o Ministério do Esporte que ainda precisa ser aprovado, mas acho que até agosto isso acontece, para a compra de uma piscina igual à usada nas Olimpíadas de Londres — explica. 
De acordo com Póvoa, o objetivo é que, em 2015, o clube volte a ter uma piscina de alto nível e possa montar novamente uma equipe forte na natação. — Parece frustrante nesse primeiro momento, mas a gente optou por não fazer loucuras. Esperem, que voltaremos mais fortes do que nunca — garante o dirigente rubro-negro.

Um comentário:

Anônimo disse...

Há que se mencionar, sobre a gestão anterior à atual, que, em seu primeiro ano, foram encerradas as atividades da natação. No segundo, apenas Cesar Cielo e outros integrantes do PRO-2016 vieram para a Gávea. Só no terceiro ano do mandato, uma equipe competitiva foi montada, com custos estratosféricos, vencendo um dos dois troféus nacionais da temporada.

Abs,
Gomide.